Entenda como a exposição excessiva a telas pode prejudicar o desenvolvimento de bebês e crianças
Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) alertam para os riscos da alta exposição das crianças às telas de aparelhos eletrônicos, como celulares, computadores, TVs e tablets. A pandemia aumentou essa já alta exposição, pois muitas famílias acabam usando esses aparelhos para trabalhar e entreter as crianças que estão passando mais tempo em casa. A situação, considerada volátil no ano passado, quando o vírus começou a circular no Brasil, agora é motivo de preocupação.
Você já reparou quanto tempo seu filho ou filha passa no celular, tablet ou televisão? Com a pandemia isso se intensificou. As crianças também começaram a passar ainda mais tempo no computador olhando cursos online. É fato que o uso desse tipo de tecnologia traz muita praticidade para o dia a dia, mas em excesso pode fazer mal à saúde das crianças.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), por exemplo, recomenda que crianças menores de 2 anos evitem o contato com telas, incluindo televisores.
Após essa faixa etária, a televisão pode ser liberada, mas por no máximo uma hora por dia. E não foi até a idade de 8 anos que as crianças foram autorizadas a usar telefones celulares. Mas a maioria das crianças hoje em dia passa o dia acessando telefones celulares ou assistindo TV.
A presença contínua na tela pode afetar a linguagem das crianças e até o desenvolvimento de habilidades sociais.
Um dos motivos é que ficar sentado em frente a telas costuma ser sinônimo de consumir conteúdo passivamente, perder oportunidades valiosas e praticar outras habilidades importantes, como a leitura. Estar em contato com a natureza e objetos físicos.
“A situação que a gente vive hoje é de uma falta de alternativa muito grande para os pais que estão em trabalho remoto, muitas vezes sem ajudante em casa, e que precisam de alternativa para a recreação da criança no momento que precisam trabalhar ou fazer atividades domésticas. A questão é que o uso da tela se tornou muito mais que uma alternativa, tornou-se a única via e isso nos preocupa”, diz a coordenadora do Programa Primeira Infância Plena da UFMG, Delma Simão.
Riscos que as telas causam à saúde do seu bebê
Desenvolvimento do Cérebro
Pesquisas mostram que a superexposição a eletrônicos em crianças muito pequenas pode levar a déficits de atenção, atrasos cognitivos, dificuldades de aprendizado, aumento da impulsividade e diminuição da capacidade de regular as emoções.
Referida como distração passiva, as crianças acabam consumindo jogos e vídeos nas telas, algo prejudicial e diretamente diferente da brincadeira ativa, um direito universal e temporário de todas as crianças no período de desenvolvimento mental e intelectual.
Atraso no desenvolvimento motor
Durante os primeiros anos de vida, as crianças precisam de um ambiente rico em estímulos e oportunidades para explorar o mundo ao seu redor, o que inclui atividades motoras como rastejar, andar, correr, pular e manipular objetos. Essas experiências são cruciais para o desenvolvimento motor, coordenação motora, equilíbrio e força muscular.
O uso excessivo de telas pode limitar o tempo que as crianças dedicam a essas atividades físicas e motoras, o que pode resultar em atrasos no desenvolvimento motor. Além disso, o tempo sedentário prolongado em frente às telas pode levar a fraqueza muscular, falta de resistência e problemas posturais.
Transtornos Mentais
Muitas pessoas acabam se desconectando do mundo real para viver a experiência virtual, sem perceber que nem tudo que existe nas redes sociais faz parte da realidade. Se estes são problemas que pessoas adultas podem sofrer ao se viciarem em telas, imagina se você estimular o crescimento de uma criança desta forma.
Além do isolamento social, essa relação de dependência pode desencadear transtornos psicológicos como ansiedade e depressão.
Problemas para dormir
Iluminação, cores e ruídos de dispositivos eletrônicos podem atrapalhar o sono e levar à insônia e excitação mental. Portanto, é recomendável desligar os aparelhos 1 a 2 horas antes de dormir para ter uma boa noite de sono.
Problemas para o crescimento
A exposição à luz azul emitida pelas telas eletrônicas, como smartphones e tablets, pode interferir no sono das crianças. A luz azul é conhecida por suprimir a produção do hormônio melatonina, que é responsável por regular o ciclo sono-vigília. Quando a melatonina é suprimida, pode ser mais difícil para as crianças adormecerem e terem um sono de qualidade, o que pode interferir na produção do hormônio do crescimento. Durante o sono profundo, o corpo libera o hormônio do crescimento, que é essencial para o desenvolvimento e o crescimento adequados das crianças.
Problemas de postura
O uso prolongado de monitores pode causar problemas posturais devido à posição de inclinação do pescoço, causando dores nos ombros e dores de cabeça.
Problemas de visão
Luz excessiva, letras miúdas e uso de aparelhos eletrônicos no escuro podem causar ressecamento e inflamação nos olhos, levando à necessidade do uso de óculos.
Quais medidas devem ser tomadas pelos pais ?
Os pais e responsáveis precisam redobrar a atenção e ficar de olho no tempo que os pequenos ficam conectados. Vale a pena definir regras, por exemplo, não usar aparelhos durante as refeições e desligar aparelhos uma a duas horas antes de dormir.
Além disso, devem estimular crianças e jovens a se engajarem em outras atividades que não requeiram tecnologia. Isso pode ser ler um livro, pintar, fazer música, jogar ou estar em contato com a natureza.
Proporcionar um ambiente rico em estímulos na vida real é oferecer às crianças a oportunidade de florescer em seu pleno potencial, onde elas podem explorar, aprender e se desenvolver de forma saudável e equilibrada. Com um ambiente rico em estímulos cognitivos, físicos e motores, como o ambiente proporcionado na Floresta Encantada nutre o crescimento integral da criança, promovendo habilidades sociais, emocionais, mentais e motoras, enquanto minimiza a dependência de dispositivos eletrônicos.
Ao escolher um ambiente tão acolhedor, os pais estão investindo no futuro brilhante de seus filhos, onde eles podem se tornar exploradores confiantes do mundo que os cerca, preparados para enfrentar os desafios e abraçar as maravilhas que a vida tem a oferecer.
Tente evitar que as crianças usem televisores, computadores ou celulares em seus próprios quartos, principalmente sem a mediação familiar ou adulta. Organize o horário em que a TV infantil ou a TV será o celular. As crianças podem ter dificuldade em entender a passagem do tempo, então cabe aos pais limitar esse período. E seja firme! Não mude de ideia para que os limites fiquem claros.
Crie um tempo de lição de casa sem distrações que mantenha os telefones celulares seguros. Considere fazer refeições sem telefone ou tempo para a família durante o dia para incentivar a comunicação.
Execute verificações aleatórias de mensagens de texto e outros conteúdos do telefone por motivos de segurança.
Converse abertamente com seu filho ou filha sobre os riscos à saúde do uso do telefone celular. Esteja sempre atento a conversas com estranhos online.
E finalmente: dê um bom exemplo! Fique longe das telas sempre que possível e passe mais tempo com sua família.
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